Entender os princípios da manipulação não é crime e pode precaver vítima até de cair em golpes “bobos”, como explica especialista Giovanni Begossi

Ao contrário do que muita gente pensa – e sai falando por aí -, persuasão e manipulação são duas coisas diferentes, apesar de serem pouco distinguidas até pelo mercado da comunicação.

Fato é que os artifícios da oratória são muitos para aumentar o poder de convencimento da fala e não é de hoje que eles são usados e abusados, mas um desses aspectos vem perdendo força do ponto de vista de influência em detrimento de outra.

“Diariamente pessoas me perguntam se estudar gatilho mental não é coisa de manipulador. Eu entendo a confusão. Mas na minha opinião a persuasão é como se fosse uma faca: ela é moralmente neutra. Você pode usar para ferir alguém ou para cortar um legume”, exemplifica.

E continua: “Você pode convencer as pessoas a terem boas ou más ideias, como no caso do Golpista do Tinder, por exemplo. Ele usou de gatilhos mentais para ludibriar pessoas. Só que se as pessoas estudassem os princípios da persuasão, os golpistas não teriam sempre tanta vantagem assim”.

Segundo o especialista, que já foi eleito bicampeão de oratória do Brasil em concurso especializado, ter as noções básicas do que são esses gatilhos e entendê-los, na prática, podem tanto salvar vítimas de golpistas quanto fazê-los perder força com histórias batidas.

“O grande público só precisa entender que não é inteligente ignorar esses aspectos como se eles não existissem. Antes entendê-los do que não sabê-los. Nesse caso, a ignorância pode ser fatal, como no caso da faca, até literalmente falando”, conclui ele, que é conhecido na web como o El Professor de Oratória nas redes.