Especialista em saúde integrativa, Dr. Luis Henrique de Oliveira conta como terapias trouxeram um novo olhar para doenças

abril 4, 2023 Off Por admin

Dr. Luis Henrique de Oliveira, junto com o esposo, vivenciaram um câncer e encontraram conforto através da medicina integrativa

As novas técnicas medicinais têm ajudado pacientes a enfrentarem processos de tratamento de forma mais leve. Nessas novas abordagens, são usados métodos humanizados e eficientes. Associadas aos cuidados da medicina convencional, são feitas práticas meditativas, relaxamento, terapias, entre outras técnicas que tornam o processo mais tranquilo. Além disso, há um estreitamento na relação entre os profissionais da saúde e seus pacientes.

A eficiência das técnicas foi vivida pelo Dr. Luis Henrique de Oliveira – que desde 2005 ajuda milhares de pessoas também através do seu Instagram “vidamaisleve” – quando seu esposo descobriu um linfoma em 2019. Ele conta que o tempo entre o descobrimento do nódulo na axila e o diagnóstico de câncer foi de quase seis meses, e a doença já estava em estágio avançado.

“Ficamos recolhidos, choramos, não contamos para ninguém e decidimos que viveríamos com a máxima dignidade possível. Sabíamos o custo monetário do tratamento, e que era o momento de focarmos e não entrar em nenhuma tentação de vitimização. O Léo sempre foi mais sensível à dor do que eu, e essa foi minha primeira preocupação. Nos organizamos com as despesas, foquei no trabalho, respiramos fundo e recebemos uma ligação do SUS informando que ele internaria em três dias no hospital do câncer da USP (ICESP). Recebemos como um imenso presente da vida, com muita gratidão”, contou.

O Dr. Luis Henrique comenta que toda sua estrada terapêutica e filosófica foi essencial para perceberem as lições que o câncer estava trazendo. De acordo com o especialista, essa postura definiria entre a vida e a morte do esposo. Além disso, mantiveram o tratamento em segredo durante os primeiros dois anos, mesmo com a perda de cabelo do esposo.

“Mantivemos nossos limites claros, para que ninguém inferisse no processo. O aprendizado era nosso. Sabíamos que, vivendo ele juntos, fortaleceríamos a nossa relação a um nível inquebrantável. Fomos acolhidos com um amor imenso por toda a equipe. Entendemos que estávamos lá também para levar alegria, e não para recebermos ajuda passivamente. O amor da equipe trouxe ainda mais força e apoio”, disse.

“Obviamente, em alguns momentos, o Léo e eu ficamos cansados. Percebíamos como era instantâneo: cansávamos e o corpo respondia com doença. Nos recolhemos em cada um desses momentos e buscamos recursos internos para seguir na jornada. Após dois anos ele continuava refratário ao tratamento, tendo evoluído para metástase. O médico, com muito carinho, disse para ele que a medicina convencional não poderia fazer mais nada, e que ele deveria buscar outra ajuda”, completou.

Segundo o Dr. Luis Henrique, foi nesse momento que houve a aceitação da possibilidade de morte. Eles viram a situação como um descanso. Porém, isso mudou quando o Léo, que estava internado há dias, decidiu-se profundamente por viver. O Dr. Luis relata que, ao visitar o esposo, percebeu que ele havia ganhado força e que havia algo sagrado no quarto.

“Nesse momento, o câncer sumiu, após quase três anos de tratamento. A equipe decidiu fazer um transplante autólogo de medula – dele para ele mesmo – para consolidar a remissão, sendo leve, rápido, com a alta muito antes do prazo previsto e sem nenhum sintoma esperado de um transplante. Em poucos dias ele estava em casa, vivo e visceralmente decidido a viver”, frisou.

“Toda doença tem uma mensagem. Só adoecemos quando rompemos nossos limites, e o corpo então pede socorro. Por mais terrível que a doença seja, ela tem algo para ensinar, e aprender com ela pode tornar-se uma possibilidade incomensurável de potência para viver. Todo destino especial carrega também uma força especial. Sentar-se com o desconforto para aprender com ele é totalmente uma contracultura em um mundo de felicidade absoluta, instantânea e constante. Porém, tem o poder de fazer caber mais mundo em nossos corações, e suportar mais contradições. É assim que vivemos o pacote completo que é a vida, com mais leveza, alegrias, tristezas, medos, raivas, rejeição e surpresa. Tudo tem um grande presente para entregar”, concluiu.